sábado, 27 de setembro de 2008

Gaivota atrevida

Acordei sobressaltado,
com medo e angustiado,
que terrivel pesadelo!.
Estava eu no escritório
a fazer um relatório,
a puxar pelo cerebelo.

Quando tal, uma gaivota,
grandessissima idiota,
entra-me pela janela.
Poisa mesmo à minha frente
e com ar incongruente,
faz-se a mim à bicadela.

Tentei enxotá-la em vão
e naquela confusão
saltou p'ra cima de mim.
Aquele bico ameaçador,
eu ali em desfavor,
a assistir ao folhetim.

Defendi-me como pude,
com toda a plenitude,
p'ra resolver a questão.
Já me sentia cansado,
acordei desnorteado,
sem achar a solução.

O medo de uma bicada,
ou então duma cagada,
ainda me dá que pensar.
Vou pôr uma caçadeira
junto à mesa de cabeceira
para quando ela voltar.





sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Londres


Nas asas do sonho
que ao vento componho
vi Londres ao vivo.
Senti o seu cheiro
e fui timoneiro
dum tempo festivo

Museus, galerias,
jardins, poesias,
memórias sentidas.
Gente de outras raças
que enchem as praças,
ruas e avenidas

Muitos monumentos,
castelos, conventos,
torres e abadias.
Figuras de cera
numa atmosfera
de fantasia.

O pulsar da vida
luta desabrida
que o tempo escasseia.
A gente apinhada
no metro à molhada,
enorme colmeia.

Outros idiomas
posturas, aromas
e modos de estar.
Selectos, anarcas,
uns bons outros rascas
mas tudo a girar.

Não deu p'ra ver tudo
...é muito conteúdo
mas gostei de lá estar.
Adorei o que vi
e pelo que senti,
hei-de lá voltar.