domingo, 2 de dezembro de 2007

Xadrez


Peão, Zé ninguém, fanfarrão
Pé rapado displicente
perito a armar confusão
estaca se lhe fazem frente.

O bispo tenta converter
com todos os argumentos
na diagonal a benzer
vai anotando os proventos

O cavalo monta e desmonta
cenários de perigo iminente
O seu Éle é uma afronta
implacável, contundente

A Torre na sua vigia
horizontal, vertical
vai fazendo a analogia
da táctica adicional

A Rainha é poderosa
tem feitio complicado
veste a pele de raposa
e o caldo está entornado

Já o Rei é um paz d'alma
no seu trono ateatrado
sabiamente leva à palma
quem lhe ataca o reinado.

O xadrez só é prisão
para quem for marginal
é um jogo de eleição
e estratégia colossal.





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