sexta-feira, 19 de outubro de 2007

As mãos


Com as mãos eu faço tudo
estejam ásperas ou de veludo
Com as mãos eu faço tudo,
comunico até com o mudo.

Ameaço ou suplico,
incito e encorajo,
ralho ou apaparico,
agradeço ou reajo.

As mãos servem para pedir,
exigir ou recusar,
mas também p’ra aplaudir
o que for p’ra melhorar.

Servem p’ra marcar presença,
construir e trabalhar,
resolver a desavença,
perdoar e até beijar.

Servem para conceder,
absolver, acusar,
teimar e até esconder,
mexer, remexer, apalpar.

Servem para amparar
e proteger do engano,
punir ou abençoar
e repelir o tirano.

Servem para repartir,
fazer rir e consolar
servem p’ra destituir
e até mesmo para coçar.

Matam ou mandam matar,
destruir e arrasar,
até servem p’ra roubar
se o desatento deixar.

Servem p’ra tocar guitarra,
escrever o que a alma diz,
gesticular, fazer farra
e até assoar o nariz.

Servem p'ra enxugar a lágrima,
e pentear o cabelo,
remar pelo rio acima

ou passar a mão no pelo.

Com as mãos posso rezar,
realizar tudo no fundo,
só não consigo acabar
com a maldade no mundo.





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