domingo, 21 de outubro de 2007

Quando partir


Quando partir
Vou-me a rir
Dos palhaços
Que encontrei
Dos cachaços
Que preguei
A alguns cagões
Desta vida

Quando partir
Vou-me a rir
Dos vivaços
Que evitei
Dos sorrisos
Que encenei
P’ra alguns cabrões
Nesta vida

Gente que faz
Que é capaz
Que diz ser
O que não é
e faz crer
ao bom do Zé
que os arpões
não fazem ferida

Vou contente
O suficiente
Por ter gozado
À brava
E mandado
sempre à fava
os parvalhões
desta vida





3 comentários:

Anônimo disse...

Sinto, por vezes, que sou um lápis e que desenha alguns riscos nas ruas por onde passo... Se calhar, poder-se-á retirar algum sgnificado do resultado geométrico.
Mas, se calhar não passa de um desenho abstracto. Criado por uma mente aprisionada pela tortura da indefinição. Da dita fatalidade. Da vontade reprimida de gritar. De dizer, BASTA!
Farto eu me encontro. Farto de significados, de explicações, de resultados matematicamente exactos.
Quero é dizer, que a solidão não me serve mas que me atrai. Quero morrer tristemente só. Ter o corpo crivado de amargura. Sentir-me vivo no sofrimento.
Quero que se saiba que, morrer como um sol, é mágico, fantástico, único... Belo!

Anônimo disse...

Ainda hoje tentei fazer um sumo da minha vida. Mas cheguei à conclusão que seria amargo e doce. Mais a puxar para o amargo.
Mas fiz e bebi. Soube-me a mim...
Mas a vida continua. Desde que o teu relógio seja igual ao meu.
Quem dera diluir-me no espaço. Fazer parte do todo. Fazer com que a humanidade me descubra na transparência dos sentidos primários.
Ser uma pintura rupestre e recordada, com prazer, passados mais que milhares de anos.
Ser núvem que navegue no planeta. Ser luz que dê vida.
Água, Terra, Fogo, Ar...
Ser o que não sou...
Mas mais não quero, porque mais não consigo absorver. Mais não consigo ver.
O branco se tornou negro. O negro se tornou tortura. É tema mais que passado, é tema mais que amado.
É a circunferência que nos prende. Que limita. Pinta-se sempre no espaço eternamente repetido. E não fugimos, porque não o podemos fazer. O raio é sempre igual, mesmo que te vires para um norte à escolha. Ou te revês no centro ou não te revês.
Outra possibilidade não te é oferecida, nem mesmo vendida ou mesmo prostituída.
... Não te deixes enganar, pelo arrebatar da razão.

Luís G. T. Silva disse...

Surpreendeste-me rapaz!
Estou muito contente de te ver escrever assim.
Continua razpaz.
Abraço
Luís