terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vindima


Magotes de gente
de cesto à cabeça
que arduamente
faz com que aconteça

Com muito carinho
alegre e contente
o milagre do vinho
dum ano diferente

O sol não desiste
o suor cai em bica
o camponês persiste
insiste com pica

Tesoura na mão
a cortar os cachos
com apetição
vencem berbicachos

Subindo a encosta
e descendo à vez
gente bem disposta
e com lucidez

Carrega o tractor
com o sémen da terra
esquece a dor
e ganha a guerra

Depois à tardinha
dentro do lagar
gozando a sombrinha
começam a pisar

Com passo acertado
fileira cerrada
andam braço dado
dão azo à cegada

Entoam cantigas
que sabem de cor
e as raparigas
dão o seu melhor

E assim nasce o vinho
parece magia
vinho com carinho
em paz e harmonia



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